quarta-feira, março 14, 2007




Bárbara Eliodora (1759 - 1819)
Conselhos a Meus Filhos [2]
VII.
Se é tempo de professar
De taful o quarto voto,
Procurai capote roto,
Pé de banco de um bilhar,
Que seja sábio piloto
Nas regras de calcular.
VIII.
Se vos mandarem chamar
Para ver uma função,
Respondei sempre que não,
Que tendes em que cuidar;
Assim se entende o rifão:
Quem está bem deixa-se estar.
IX.
Deveis-vos acautelar,
Em jogos de paro e topo
Prontos em passar o copo
Nas angolinhas do azar;
Tais as fábulas de Esopo,
Que vós deveis estudar.
X.
Quem fala, escreve no ar,
Sem pôr vírgulas nos pontos,
E pode quem conta os contos,
Mil pontos acrescentar:
Fica um rebanho de tontos
Sem nenhum adivinhar.
XI.
Com Deus e o rei não brincar,
É servir e obedecer,
Amar por muito temer,
Mas temer por muito amar,
Santo temor de ofender
A quem se deve adorar!
XII.
Até aqui pode bastar,
Mais havia o que dizer;
Mas eu tenho que fazer,
Não me posso demorar
E quem sabe discorrer,
Pode o resto adivinhar.
In: PARNASO brasileiro; ou, Coleção das melhores poesias dos poetas do Brasil, tanto inéditas, como já impressas. Org. Cônego Januário da Cunha Barbosa. Rio de Janeiro: Tip. Imperial e Nacional, 1830. v.1, caderno 4, p.74-76NOTAS: Poema composto de 12 sextilhas

Um comentário:

  1. É isso aí mãezona... crie ima nova geração de pessoas lindas por dentro e por fora, se forem todos como a mãe já é uma maravilha para a humanidade....
    Bjs do seu amigo, ZC

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"É uma consolação na vida termos alguém a quem descubramos os nossos corações, a quem confiamos os nossos segredos, amigo fiel que nos felicite na prosperidade, que se condoa com a nossa tristeza, que nos ampare se formos perseguidos."
Santo Ambrósio

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